Por: Raniere Alves, de Joanesburgo As minhas brincadeiras com ele em relação aos "bafana bafana" e o som da vuvuzela que eu sempre fazia foram diferentes ontem (16). Ele chegou a dizer que o preço da corneta ia cair sem parar e para as criancinhas iam ser oferecidas de graça e que não iria custar mais nada. Tanta era a decepção com o time da casa. Os africanos não esperavam a derrota, muito menos a desclassificação da Copa. E por mais que exista um pingo de esperança, eles já começaram a guardar as cornetas estridentes. Pelos menos o valor deve cair bastante para os turistas que estão aqui na África do Sul. Uma vuvuzela era vendida aos olhos da cara, mas o preço já baixou e deve cair ainda mais nas próximas fases da Copa.
Eles estão muito tristes e a vuvuzela já não é mais um instrumento de alegria e partir de agora, é só complemento da festa. No semblante do africano a derrota para o Uruguai foi literalmente um baque sem esperança. O nosso motorista aqui em Joanesburgo o Tony sul-africano "esse é o nome dele mesmo", quando foi até o IBC pra pegar a turma da Sociedade, já não era mais o mesmo.
Hoje pela manhã dei uma passada rápida na loja de um shoping, que fica perto da nossa residência aqui em Joanesburgo, pra comprar um novo casaco pra suportar o frio de três graus negativos que eles estão esperando por aqui e, que não devo aguentar com o que trouxe do Brasil. Tive que apelar pra malha quente dos africanos, pois eles estão anunciando mais frio pela frente.
Os vendedores não quiseram falar sobre o resultado de ontem. Perguntei pela vuvuzela e o atendente foi bem claro e sucinto: "No vuvuzela, no vuvuzela, no vuvuzela". Eles dizem isso sem dar risadas. Eu não vou nem perguntar mais. Eles são gente da melhor qualidade, mas os "bafana bafana" pra eles são como um filho que eles respeitam e amam de verdade.
Eu também senti muito a derrota de ontem, pois brincava direto com o motorista e agora vou ter que me calar pra não chatear o cidadão que é uma pessoa de primeira qualidade e que não tem nada a ver com isso. Depois volto as brincadeiras sadias com os irmãos africanos. Deixa eles voltarem ao clima da festa, que eles sabem fazer muito bem.
Fonte: radiosociedadeam.com.br
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